Chuvas, estradas de areia, lagoas, carros atolados, adrenalina a mil...
Rally dos Sertões? Bem eu nunca participei de um, mais creio que esses são os ingredientes principais pra uma aventura desse tipo, mas na verdade a descrição acima refere-se ao meu percurso até Barreirinhas. Sempre tive muita vontade de conhecer a cidade, e nesse feriado de carnaval surgiu à oportunidade.
Malas prontas, ansiedade, felicidade... lá vamos nós! Pena que nossa alegria durou pouco, pra ser mais específica só o tempo de cruzar a ponte do Estreito dos Mosquistos, logo nos deparamos com um engarrafamento interminável, os carros simplesmente não saiam do lugar! Algum tempo depois ficamos sabendo que mais a frente havia três carros engavetados. Naquele momento a proposta mais interessante era esperar, e foi nessa eterna espera que percebemos que por baixo das torres de energia da Alumar onde achamos ter só mato havia uma estrada onde muitos carros estavam cortando caminho.
Ficamos um bom tempo observado aquela cena, e ficar tanto tempo ali parado tornou-se tão insuportável que não deu outra resolvemos entrar no atalho. Na entrada dele a Policia rodoviária bloqueava o acesso, a partir daquele momento era proibida a passagem de qualquer carro, seria um aviso?
Mais convenhamos, o que dois policiais seriam capazes de fazer contra vários motoristas com os nervos a flor da pele? Alguns minutos depois e a passagem foi liberada, junto com ela o passaporte oficial pra aventura. Nossa viagem que deveria durar três horas não saiu por menos de seis.
No primeiro nível enfrentamos chuva, depois a lama que se formava na estrada de areia e grudava no carro, no segundo nível foi os carros que começaram a parar, um novo engarrafamento se formava, agora era o carro de alguém que tinha furado o pneu ou outro que tinha atolado, logo a estrada normal foi liberada e tivemos que agüentar várias pessoas passarem fazendo chacota da nossa cara.
E no nível três da velocidade cinco, começaram a surgir as lagoas, as cruéis e temíveis lagoas que mais pareciam querer engolir os carros, cobrindo-os com suas águas enlamassadas formadas pela chuva. Só era permitida a passagem de um carro por vez, e logo na primeira eu senti um pouco de água entrar no carro, seria um aviso? Ah e só pra esclarecer nessa historia toda eu era apenas a co-piloto.
Nas próximas lagoas cada carro que passava via o seu capo sair fumaça, alguns morriam e todos exatamente todos perdiam suas placas. Foi ai que o desespero começou a bater... só faltava essa agora, um carro cheio de adolescentes pifar num lugar desconhecido onde a sede, a fome e o cansaço nos consumia.
Depois de uma reza forte e de crer no Deus do impossível, nosso carro voltou a pegar, achamos a placa dele e conseguimos também passar pelas lagoas seguintes sem atolar e por fim sair daquela estrada, e voltar pra outra da qual nunca devíamos ter saído.
Digamos que foi um trabalho em equipe, passamos por tudo juntos e a seu modo cada um colaborou, Priscila foi uma boa motorista, os meninos ajudaram procurando o lugar menos fundo nas lagoas e eu e Cristine procurando a placa, rezando e incentivando os outros.
Uma vez no caminho certo agradecemos a Deus por nossas vidas, e aprendemos a lição: Nada de atalhos!!! Eu não conseguia lembrar de outra coisa a não ser da historia dos Três Conselhos em especial do primeiro que diz: "Nunca tome atalhos em sua vida. Caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida.” Seria isso um aviso?
Bem, só assim sabemos que algumas historias não são só meras invenções, mais apenas relatos de pessoas que passaram por algo do tipo e que de alguma forma quiseram nos alerta, e o interessante não é só a sabedoria de aceitar antes que aconteça, mais também de reconhecê-las enquanto acontecem, e de se possível não repeti-las mais.
Bem, só assim sabemos que algumas historias não são só meras invenções, mais apenas relatos de pessoas que passaram por algo do tipo e que de alguma forma quiseram nos alerta, e o interessante não é só a sabedoria de aceitar antes que aconteça, mais também de reconhecê-las enquanto acontecem, e de se possível não repeti-las mais.
Confesso que não queria pegar o atalho, mais guardar essa opinião só pra mim não foi a decisão mais sábia, seja como for deveria te-la exposta, mais devo admitir, nossa viagem não teria sido tão marcante, emocionante e inesquecível como foi, se tudo não tivesse acontecido.
E está viva pra contar essa história é o melhor de tudo.
Menina dos olhos de Deus
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