O que há de errado comigo? É o que me
pergunto diante do meu gosto inusitado para algumas coisas, não sou comum, o
comum não me atrai, mas essa complexidade toda que carrego muitas vezes é
demais pra mim, tem dia que me enche querer o que não é, e desprezar o que pode
ser.
Gostaria de aceitar o comum, ingeri-lo aos
bocados e me satisfazer até não poder mais, gostaria de me saciar com os
prazeres do agora e não pensar no amanhã, mas que graça terá o hoje se eu não
for feliz, se o sorriso que estampo no rosto não for verdadeiro, se o amor que
recebo não for proporcional ao que dou?
Agir assim me faz exigente, carente, chata?
É querer demais?
Eu
quero paz! Quero bem estar comigo mesma, quero a peça que completa meu quebra
cabeça e que bagunça o jogo e me desnuda revelando que perfeição não existe e
que o prazer das coisas e das pessoas está justamente neste inevitável busca de
querer certo errando sempre.
Não quero fazer os que os outros fazem ou
querer o que os outros querem, por que os outros são os outros e mesmo que no
fim sejamos iguais minhas experiências sempre serão minhas, únicas,
particulares, e se no fim eu sofrer quem enxugará meu pranto a não ser eu
mesma?
Às vezes queria ser menos e ter mais por
que ser mais e não ter nada me confundi, são dois pesos e duas medidas, por que
um dia já fui menos e me contentei com menos ainda pensando ser mais e no fim
restou apenas vazio, magoas e decepção. Hoje sou mais e quero mais e todos os
dias reforço pra mim mesma que contentar-me com pouco simplesmente me iguala
aos outros, e definitivamente não sou igual a ninguém.
Reinventei-me, modernizei, polemizei, fiz
história. Assumi as vírgulas, reticências e todas as interrogações do meu
português errado, troquei o cenário, os personagens, e construí um enredo sem
fim por que fim pode ser começo e nessa mutabilidade toda o bom é sempre
manter-se em movimento porque cansei de parar no comum, agora só o ”comdois” me
basta.
Ednamar
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