Quantas vezes - ainda em vida - desejei
abraçar Papai?
Quantas vezes o fiz?
Quantas vezes chorei sua ausência e disse que
o amava?
...
Mais uma vez o dia dos pais chegou, e esse é
o sexto sem ele...
Infelizmente não consigo me lembrar muito dos
anos anteriores, mais tenho plena certeza que nenhum está sendo como este, e
não digo isso por que cada dia é diferente, mais sim pelo jorro de recordações
e saudade que invadiram o meu ser... Até então não tinha sido assim!
Se uma segunda chance me fosse dada, e se
pelo menos por alguns minutos ele se materializasse aqui, eu o abraçaria, e em
lágrimas diria o quanto o amo e de como sinto sua falta.
Nunca fiz isso em vida, mais até então não
sabia qual era a diferença entre notar que ele estava aqui e aproveitar cada
minuto ao seu lado pra de chorar sua ausência e arrepender-me por não ter feito
o que deveria, e isso só ficou claro com sua partida...
E daí se ele era calado, sério, se não
demonstrava afeto? Ele não era eu, e se eu fosse eu mesma teria feito algo pra que
pelo menos ele o soubesse que o fiz.
Ficar aqui misturando lágrimas com palavras
não vai adiantar nada, eu sei...
Mais não poderia deixar de vim aqui e dizer
como me sinto, do quanto me arrependo e do quanto deseje que ninguém faça o que
eu fiz, apesar de saber que a minha realidade é igual a tantas por ai...
A gente só dá valor quando perde, e é quando
perde que agente sabe que tem valor...
Será se ele sabia que eu o amava?
Será que ele sabe isso agora?
Ele não era perfeito, tinha culpa também...
Eu não sou perfeita, e também tenha culpa...
Ela sempre esteve aqui, aprendi a conviver
com ela, mais é nessas ocasiões assim que ela rouba a cena, e passa um filme
diante dos olhos, só pra mim mostrar o que perdi, e isso dói, dói demais...
Esse ano pela primeira vez papai ganharia um
presente, comprado por mim - com o meu dinheiro -. Presente bom, de “marca”,
novinho, nada de restos como ele estava acostumado. Restos de palavras restos
de sentimentos, resto que restou... Acabei dando o presente pro meu irmão.
Hoje deu inveja de vê o padre abençoado os
pai e saber que faltou o meu ali...
Resta-me apenas acreditar que você está em um
lugar melhor e Deus é quem te abençoa agora. Não sei se um dia nos
reencontraremos, se seremos pai e filha, mais mesmo sem você aqui a sua
paternidade nunca deixou de existir, e enquanto viva eu estiver a levarei
comigo...
Pai, tu consegues ver meus pensamentos?
Consegues ler minhas palavras? Consegue sentir o que eu sinto agora?
...
Pedir perdão é pouco, agradecer por tudo é
insuficiente, dizer que Te amo é nada!
Mais a saudade é muita, é dolorosa, lateja,
machuca, e não passa, não acaba...
E pra dizer a verdade nem quero que acabe.
Sei que ela nos aproxima, revivo através dela momentos, lembro da menina
pequena na garupa de tua bicicleta, vejo a cumplicidade inocente e silenciosa
que vocês tinham durante aquele percurso e que eu não sabia mais hoje tenho
certeza de todas pra mim é a melhor.
Tua foto tá aqui no meu mural, teu espaço tá
aqui no meu coração e tua histórias ainda fazem parte da minha, tenha se
passado seis anos, se passe mais seis...
Perdi o costume de pedir a benção, mais se for
possível...
A Benção meu Pai?!
Menina dos olhos de Deus
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