domingo, 14 de agosto de 2011

A benção meu Pai!




Quantas vezes - ainda em vida - desejei abraçar Papai?

Quantas vezes o fiz?
Quantas vezes chorei sua ausência e disse que o amava?
... 

Mais uma vez o dia dos pais chegou, e esse é o sexto sem ele...

Infelizmente não consigo me lembrar muito dos anos anteriores, mais tenho plena certeza que nenhum está sendo como este, e não digo isso por que cada dia é diferente, mais sim pelo jorro de recordações e saudade que invadiram o meu ser... Até então não tinha sido assim!

Se uma segunda chance me fosse dada, e se pelo menos por alguns minutos ele se materializasse aqui, eu o abraçaria, e em lágrimas diria o quanto o amo e de como sinto sua falta.

Nunca fiz isso em vida, mais até então não sabia qual era a diferença entre notar que ele estava aqui e aproveitar cada minuto ao seu lado pra de chorar sua ausência e arrepender-me por não ter feito o que deveria, e isso só ficou claro com sua partida...



E daí se ele era calado, sério, se não demonstrava afeto? Ele não era eu, e se eu fosse eu mesma teria feito algo pra que pelo menos ele o soubesse que o fiz.

Ficar aqui misturando lágrimas com palavras não vai adiantar nada, eu sei...

Mais não poderia deixar de vim aqui e dizer como me sinto, do quanto me arrependo e do quanto deseje que ninguém faça o que eu fiz, apesar de saber que a minha realidade é igual a tantas por ai...

A gente só dá valor quando perde, e é quando perde que agente sabe que tem valor...

Será se ele sabia que eu o amava?

Será que ele sabe isso agora?

Ele não era perfeito, tinha culpa também...

Eu não sou perfeita, e também tenha culpa...

Ela sempre esteve aqui, aprendi a conviver com ela, mais é nessas ocasiões assim que ela rouba a cena, e passa um filme diante dos olhos, só pra mim mostrar o que perdi, e isso dói, dói demais...

Esse ano pela primeira vez papai ganharia um presente, comprado por mim - com o meu dinheiro -. Presente bom, de “marca”, novinho, nada de restos como ele estava acostumado. Restos de palavras restos de sentimentos, resto que restou... Acabei dando o presente pro meu irmão.

Hoje deu inveja de vê o padre abençoado os pai e saber que faltou o meu ali...

Resta-me apenas acreditar que você está em um lugar melhor e Deus é quem te abençoa agora. Não sei se um dia nos reencontraremos, se seremos pai e filha, mais mesmo sem você aqui a sua paternidade nunca deixou de existir, e enquanto viva eu estiver a levarei comigo...

Pai, tu consegues ver meus pensamentos? Consegues ler minhas palavras? Consegue sentir o que eu sinto agora?

...



Pedir perdão é pouco, agradecer por tudo é insuficiente, dizer que Te amo é nada!

Mais a saudade é muita, é dolorosa, lateja, machuca, e não passa, não acaba...

E pra dizer a verdade nem quero que acabe. Sei que ela nos aproxima, revivo através dela momentos, lembro da menina pequena na garupa de tua bicicleta, vejo a cumplicidade inocente e silenciosa que vocês tinham durante aquele percurso e que eu não sabia mais hoje tenho certeza de todas pra mim é a melhor.

Tua foto tá aqui no meu mural, teu espaço tá aqui no meu coração e tua histórias ainda fazem parte da minha, tenha se passado seis anos, se passe mais seis...

Perdi o costume de pedir a benção, mais se for possível...

A Benção meu Pai?!




Menina dos olhos de Deus

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