
Quando acredito ter visto todo e qualquer tipo de futilidade na TV sempre há algo que me surpreende. Dia desses zapiando os canais a procura de algo interessante para assistir me deparo com uma moça aparentemente conhecida, mais um pouco diferente da ultima vez que a vi, o cabelo, a maquiagem, e as roupas (bem essas continuam curtas como sempre) não eram mais as mesmas. Minha reação foi “Eu conheça essa pessoa”, então para sanar a curiosidade continuei a ver o programa, onde rapazes mostravam a mesma atrativos para ser a futura escolha a seu namorado.
Foi então quando um deles mostrou um jarro de arruda que guardava para lembrar-se da “amada” e num lapso a lembrança me veio, era a Geyse Arruda a moça do vestido curto que foi expulsa da universidade, fato que a deixou nacionalmente conhecida. Apesar de toda a mudança no visual algo continua intacto, o brilho dos 15 minutos de fama que é facilmente perceptível em seus olhos e naquele momento ela estava o tendo.
E eu me pergunto: Por que insistem dá a essa moça uma importância, como se ela tivesse salvado a humanidade de algo terrível? E pra piorar o apresentador ainda me solta essa: “Você merece tudo isso pelo seu talento”. TALENTO?Eu ouvi bem? Desde quando usar vestido curto e for vaiada é ter talento?
Convenhamos, tudo o que aconteceu no conto de fadas da Geyse foi ridículo, desde o comportamento dos amigos (da onça detalhe) de instituição até a atenção exarcebada da mídia. Ela tem todo o direito de usar a roupa que quiser, assim como as pessoas tem o direito de expressar-se sobre aquilo que incomoda, mais isso não da o direito de agredir, denegrir muito menos crucificar ninguém (Quem somos nós?).
Mais sejamos francos, agente só colhe o que planta, se uma mulher veste uma blusa decotada com os seios quase saltando pra fora por exemplo e os homens a fuzilam com o olhar o que pode ela fazer?Chamá-lo de tarado?Isso ele até pode ser mais há coisas que não tem como não notar, e quando a mulher usa uma blusa dessas é porque ela gosta, sente-se ousada e principalmente não tá nem ai, “o que é bonito é pra se mostrar” (então queridas também é pra se vê), e sendo assim devem ter consciência de que alguns vão adorar, outros vão criticar (mais um pouco e ela anda nua...) outros vão vê e ficar calados, outros vão ver e falar coisas legais outras não tão legais assim, mais e ai o que fazer? Pegar a blusa e tocar fogo nela e dá próxima vez vesti-se da cabeça aos pés? Ou simplesmente pegar as criticas colocar entre os peitos e seguir em frente? A decisão é sua mais seja ela qual foi é sua inteira responsabilidade.
Sem contar que a lugares e há roupas pra se ir a esses lugares, o velho lance da etiqueta, tudo bem que numa universidade que denota a universo, universal, podemos ir ao armário e escolher a roupa que melhor nos convém, mais junto com a mesma deveremos vestir a peça intima da ousadia, coragem e desprendimento, porque os julgamentos sempre existirão, assim como as roupas curtas, assim também como o preconceito, este ultimo arrastasse por décadas, e agora imagine “Se os negros que foram arrastados da África para o Brasil, foram açoitados no tronco e ainda comeram o pão que o diabo amassou e cuspiu e depois de tanto sofrimento ganharam a tão sonhada liberdade, e ainda assim não damos o devido valer e respeito que eles merecem, o que uma moça de vestido curto pode fazer?”
Claro que este caso trouxe a tona um assunto importante, o respeito (que é bom e todo mundo gosta) mais na minha opinião a cara dela era mais de quem tava gostando de todo aquele assedio, afinal na sua saída escoltada por policiais ela parecia mais um heroína do que o contrario. Não estou dizendo que ela cavou toda essa situação, mais uma vez dentro dela procurou aproveitar o que a fama oferece, ela passou de plebéia a princesa, afinal foi convidada a pousar nua (e mostrar o que ficou faltando!), ganhou implante de cabelo, estampou capas de várias revistas, foi manchete de diversos jornais, participou ate de programa pra arrumar namorado e ouvi dizer que ela vai assinar uma grife de roupas com uma coleção de vestidos iguais o do caso ( a galinha dos ovos de ouro dela).
Gostaria de deixar claro que não tenho nada contra a Geyse, mais minha indignação é pelo fato ( que foi esquecido) do que com a pessoa, ela é corajosa estava “vestida para matar”, e no fim conseguiu muito mais do que poderia imaginar. Se ela foi humilhada e ficou traumatizada depois disso tudo creio que ela foi muito bem, mais muito bem recompensada.
Indigna-me saber que damos atenção a futilidades, banalidades e esquecemos o que realmente importa. Quantos heróis anônimos e esquecidos temos por ai? Até parece que é uma característica própria dos heróis passarem “invisíveis pela multidão. Quantos problemas sociais precisam de uma solução urgente, precisam ser divulgados, discutidos e principalmente sanados? Quantas boas ações precisam ser mostradas para nos motivar a sair da nossa eterna acomodação e realmente mudar, transforma e salvar o planeta?
Às vezes estamos de sacos tão cheios da mesmice, corrupção, crimes, etc. que é até bom perder o tempo com coisas vãs, do tipo “pão e circo”, esquecer por alguns minutos (talvez horas) os problemas que nos assolam. Na maior parte do tempo somos tão sérios, com tantas responsabilidades que ri, extravasar um pouco chega a ser necessário. Mais todo cuidado é pouco quando se trata daquilo que vemos, promovemos e mais ainda com o que esquecemos que geralmente é o que realmente importa, o principal.
Respeito é bom, passe-o adiante, mais promover besterol chega a ser um desrespeito com o telespectador que está atrás de algo que realmente acrescente e com aqueles que realmente fazem alguma coisa que preste neste pais. Perde o tempo com um vestido curto e esquecer dos que literalmente estão sem ter o que vestir chega a ser uma baita hipocrisia.
Como cantava Cazuza: “Ideologia eu quero uma pra viver!”.
Menina dos olhos de Deus
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