Pouco a pouco vou parando, trocando o
acelerador pelo freio, colocando a alavanca em ‘ponto morto’ e puxando o freio
de mão... Com tantas decisões a tomar e coisas para fazer sempre chega aquele momento
que tudo que corpo e mente desejam é um ‘pit stop’, um tempo livre para o
simples exercício do nada fazer.
É aquele momento da vida que
você liga o botão do ‘tanta faz’ e sem querer atrapalhar deixa as coisas seguirem
seu rumo... É o momento que aquilo que você tanto gosta se torna desinteressante, que as pessoas se tornam meros vultos, e que a cama é o
melhor lugar do mundo.
Claro que vez ou outra pinta um peso
na consciência por saber que há livros esperando serem lidos, palavras a serem
escritas, contas a serem pagas, planos a serem realizados... Mas assim como
aceitei que esses momentos fazem parte da vida, entendi também que é preciso
respeita-los, esperar que assim como apareceram, sumam por si só.
E que apesar de todo caos
gerado pelo momento o bom mesmo de tudo isso é poder enxergar-se por dentro, de
ver-se inteiramente como és: um corpo ambulante repleto de pontos de
interrogação, exclamação, virgulas, reticencias e pontos finais esperando serem
encaixados nas mil e uma histórias que a vida tem pra contar.
Eis que num momento parece que nunca
vai passar, eis que em outro você está lá sentindo lentamente as coisas
voltarem ao normal, as geleiras se derretem, as flores desabrocham... Eis que
aparece uma luz no fim do túnel, luz que ilumina, acalenta e avisa: É chegada
a hora de seguir em frente, de esquentar os motores e de pisar fundo.
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