segunda-feira, 4 de junho de 2012

Nunca


‘Nunca diga nunca’ é aquele tipo de frase que só passa a ter sentido quando nos pegamos caindo na primeira contradição. Tipo aquela vez que você disse que NUNCA pintaria o cabelo, comeria peixe cru, mataria aula, tomaria um porre, ultrapassaria a velocidade de 100km/h, faria amizade com uma “periguete”, compraria uma calça de R$ 300,00 ou mesmo cairia de amores pelo pior malandro do bairro.

Tudo é proibido, perigoso e errado até que se perca o medo, depois disso a sensação de liberdade te leva por lugares antes nunca enveredados e quando se dá conta o cuspe já caiu na sua testa há muito tempo. E o fato é que nem sempre as pessoas que você julgava irão te condenar pelo que você um dia as repreendeu. A vida dá voltas e é numa dessas que vemos quem é quem afinal.

E só ai você aprende que as palavras têm poder, que você não é melhor que ninguém, que com a mesma medida que julgas será julgado, que por trás da prostituta que você atirou a pedra há uma mulher que luta por amor, por ser amada, por atenção.

Você também aprende que palavras como nunca e jamais são muito fortes e possuem um peso que hora ou outra te esmagam porque hora ou outra a vida lhe empurrará goela abaixo tudo que disse.

E é ai que você se sente leve, aprende que assim como todo mundo você erra que perfeição não existe, que todo mundo tem seu valor, que os brutos também amam que os ‘certinhos’ também decepcionam e que por trás da mascara que usamos há facetas parecidas, por que ricos ou pobres cristãos ou judeus cada um vive seu combate diário entre o bem e o mal o certo e o errado, entre o Judas e o Pedro que carrega dentro de si.

Porque no fim somos uma moeda de duas faces a qual a vida joga em busca de tirar a sorte, um dia você pode ser cara no outro coroa e isso que dizer que o seu NUNCA de hoje é pequeno demais diante das várias opções que você tem pra mudar de ideia amanhã.

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