‘Nunca diga nunca’ é aquele tipo de frase
que só passa a ter sentido quando nos pegamos caindo na primeira contradição. Tipo
aquela vez que você disse que NUNCA pintaria o cabelo, comeria peixe cru, mataria
aula, tomaria um porre, ultrapassaria a velocidade de 100km/h, faria amizade
com uma “periguete”, compraria uma calça de R$ 300,00 ou mesmo cairia de amores
pelo pior malandro do bairro.
Tudo é proibido, perigoso e errado até que
se perca o medo, depois disso a sensação de liberdade te leva por lugares antes
nunca enveredados e quando se dá conta o cuspe já caiu na sua testa há muito
tempo. E o fato é que nem sempre as pessoas que você julgava irão te condenar
pelo que você um dia as repreendeu. A vida dá voltas e é numa dessas que vemos quem é quem afinal.
E só ai você aprende que as palavras têm
poder, que você não é melhor que ninguém, que com a mesma medida que julgas
será julgado, que por trás da prostituta que você atirou a pedra há uma mulher
que luta por amor, por ser amada, por atenção.
Você também aprende que palavras como nunca
e jamais são muito fortes e possuem um peso que hora ou outra te esmagam porque hora ou outra a vida lhe empurrará goela abaixo tudo que disse.
E é ai que você se sente leve, aprende que
assim como todo mundo você erra que perfeição não existe, que todo mundo tem
seu valor, que os brutos também amam que os ‘certinhos’ também decepcionam e
que por trás da mascara que usamos há facetas parecidas, por que ricos ou
pobres cristãos ou judeus cada um vive seu combate diário entre o bem e o mal o
certo e o errado, entre o Judas e o Pedro que carrega dentro de si.
Porque no fim somos uma moeda de duas faces
a qual a vida joga em busca de tirar a sorte, um dia você pode ser cara no
outro coroa e isso que dizer que o seu NUNCA de hoje é pequeno demais diante das várias opções que você tem pra mudar de ideia amanhã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário