domingo, 7 de novembro de 2010

Ofertando moedinhas


Há muitas coisas das quais me lembro quando gúria, uma delas são as missas que ia acompanhada de mamãe, era um ritual sagrado que ela nos ensinou desde muito cedo. Nessa época eu ainda não entendia muito o significado das coisas, só sabia que aquilo era uma missa e que como católica era minha obrigação está ali todos os domingos.

Ali vários momentos eram especiais apesar deu ainda não conhecer sua real importância, um deles era o Ofertório. Não por seu significado – que como disse eu ainda desconhecia – mais por sua representatividade.

Quando chegava o momento mamãe me dava uma moeda de valor simbólico, mas que para mim tinha peso de ouro, eu me levantava feliz, radiante por saber que assim como todos ali eu iria colocá-la na “cestinha”. A moeda era meu acesso livre a participa ativamente daquele momento. A idade não me permitia comungar, participar da liturgia, e eu ainda não trabalhava mais já tinha a minha moedinha pra oferta a Deus, eu não sabia mais devia me sentir igual à viúva que na sua pobreza depositou tudo que tinha.

Mamãe dizia: - “Vai lá ofertar tua vida”, claro que minha vida não era uma moeda, mas por trás dela havia valores imensuráveis.

No ofertório colocamos diante de Deus nossa vida, tudo que fizemos e somos tudo o que temos e que podemos oferecer a ele, o dinheiro é fruto do nosso trabalho do suor de cada dia. O correto é ir ao altar oferta nossa vida mais para alguns o ofertório só é pleno quando vem acompanhado do dinheiro.

Hoje eu estava na missa, o momento do ofertório havia chegado naquele momento lembrei-me que havia trago meu potinho de moedas e ao meu lado havia crianças da catequese, resultado?Não deu outra lembrei do passado, senti-me com aquela idade – nove, dez anos – e com minha moedinha na mão, peguei algumas moedas e fui dando aquelas crianças assim como minha mãe fazia comigo, bastou dá a primeira e logo surgiram outras mãozinhas estendidas querendo a sua.

Minutos depois elas saíram felizes, com sua moeda na mão rumo á cestinha, não sei o que se passava em suas mentes naquele momento, mais senti que se a emoção não era igual pelo menos era bem parecida ao meu tempo de criança.

E me senti realizada, por lembrar do meu passado, por recordar minha felicidade, por fazer feliz aquelas crianças, por poder participar do ofertório, por saber que coisas boas não me faltam para ofertar e principalmente por saber que hoje eu trabalho que tenho meu dinheiro fruto do meu trabalho diário, oferta que Deus me deu e que hoje eu o retribuo com amor.

Menina dos olhos de Deus

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